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Camargo Freire 6j3b3y Guia das Artes

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Camargo Freire
Informações
Nome:
Camargo Freire
Nasceu:
Campinas - SP - Brasil (09/06/1908)
Faleceu:
Campos do Jordão - SP - Brasil (13/05/1991)
Biografia

Expedito Camargo Freire nasceu em Campinas, aos 9 de junho de 1908, filho de Manoel Freire e lina Freire. Campinas – cidade de onde Carlos Gomes partiu, um dia, para a glória e que teve suas andorinhas imortalizadas numa página do incomparável Rui. Aos cinco anos perdeu a mãe e ficou sob a tutela de uma madrinha, fazendeira em Campinas. Aí ou a infância sentindo-se, desde o curso primário – feito no Colégio São Benedito, em regime de semi-internato – atraído pelo desenho. Mais que de um livro para ler, gostava de um caderno para rabiscar. Era a voz da vocação. Não havia, entretanto,quem tivesse ouvidos afinados para escutá-la. Até que chegaram dois pintores italianos a terra onde o injustiçado Coelho Neto foi professor de Literatura. E o garoto encontrou, então, orientadores para as suas tendências artísticas. Começou, assim, a estudar pintura com os professores italianos Luggi Franco e Oreste Colombari. Aos poucos, o garoto tornou-se um jovem de talento patente e o preferido de Colombari, ao qual não só ou a ajudar a lecionar Desenho, mas inclusive colaborava na elaboração de “croquis”, concorrendo com outros pintores em decorações de templos religiosos e teatros. Assim podemos dizer que muitos desses projetos foram vitoriosos em virtude desse apoio, os quais podem ser apreciados nas finas decorações da Catedral de Campinas, Ituverava, Teatro Oberdã de São Paulo e tantas outras, onde Camargo Freire muito contribuiu, ajudando o seu mestre.

Entre os anos de 1933 e 1936, Camargo Freire lecionou Desenho no curso ginasial do Serviço de Educação de Adultos-SEA, do Departamento de Educação do Estado de São Paulo e na Academia Campineira de Pintura, que ajudou a fundar. Nesta época, Camargo Freire trabalhava como motorista de táxi em Campinas. O meio, porém, iria tornar-se pequeno para os sonhos do menino, que já se fazia rapaz.
Em Campinas, fez seus primeiros ensaios mas, como todo jovem que tem uma centelha de idéias e desejos a animá-lo, muito cedo descobriu que a província não lhe oferecia possibilidades, e resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1936.

Chegou ao Rio levando consigo uma carta do pintor Salvador Caruso, que conhecera em Campinas, apresentando-o ao pintor Ado Malagoli.

“Mudei-me para o Rio. Atraíam-me os nomes dos grandes pintores da época. Desejava vê-los, seguir-lhes os conselhos, aproveitando-lhes as lições. Não fui para a Escola das Belas Artes pois, precisando trabalhar para viver, não me sobravam horas durante o dia para a freqüência às aulas. Matriculei-me no Liceu de Artes e Ofícios e ei a fazer parte do Núcleo Bernardelli, sob a orientação de Manoel Santiago”.
Naqueles anos escassos teve que desdobrar-se. Estudava e trabalhava como louco para vencer. Pintou cenários, tabuletas, muros e o que aparecia. Nada podia recusar. Como cenógrafo, trabalhou com Ângelo Lazary. Em 1937, foi desenhista da Editorial Novidades Ltda.

No Núcleo Bernardelli ouviu atentamente as lições e conselhos de artistas como Pancetti, Bustamante Sá, Takaoka, Rescala, Dacosta e outros. Camargo Freire comentava com os amigos os momentos de alegria e dificuldades que os nucleanos viviam: "Quando cheguei ao Rio, em 1936, fiquei conhecendo o Núcleo Bernardelli, por intermédio do pintor Ado Malagoli, a quem entreguei uma carta do pintor Salvador Caruso, amigo de Malagoli, apresentando-me e pedindo ao Malagoli que me orientasse, no sentido de facilitar o meu contato com os pintores, pois o objetivo da minha ida ao Rio era o de estudar pintura. Um dos meus professores de pintura em Campinas tinha me recomendado que, na primeira oportunidade, procurasse uma cidade como São Paulo ou Rio, onde minha vontade de estudar seria facilitada pela convivência com os artistas. Na ocasião, o movimento artístico no Rio era superior ao de São Paulo, foi por esse motivo que preferi o Rio. E condições muito favoráveis: no Núcleo, apesar da nossa pobreza, estávamos sempre rindo e brincando. O ambiente era de alegria, mesmo nos dias em que nem sabíamos se teríamos a oportunidade de comer alguma coisa".

A maneira de enfrentar estas situações com humor era devido às nossas brincadeiras: as piadas, os apelidos, tudo servia para amenizar as situações mais difíceis. A teoria das cores, os valores das tonalidades, as proporções no desenho, muitas vezes transformavam-se nas melhores anedotas e o riso nos encorajava. O meu amigo Bustamante Sá, o Edson Motta, Sigaud, Rescala e outros que tinham estudado na Escola Nacional de Belas Artes, eram os nossos professores. A penúria dos integrantes do Núcleo era tão aguda que alguns, devido à fome, contraíram tuberculose e foram parar nos sanatórios, em Campos do Jordão. Comigo não foi diferente. Quando o médico no Rio de Janeiro me disse que o tratamento não apresentava nenhuma melhora e que achava conveniente a minha ida para Campos do Jordão, eu lhe respondi: “Olha doutor, eu tinha um pouco de dinheiro; mas doente, sem trabalho, foi consumido e, no momento, não tenho condições financeiras para realizar tal viagem”. Mas o médico insistiu: “Sua chance de sobrevivência está no clima de Campos do Jordão”.

No inicio de 1941, os amigos de Camargo Freire se cotizaram e pagaram sua transferência para o Sanatório Ebenézer, em Campos do Jordão. Foi uma mudança radical em sua vida e sobre ela, Camargo Freire revelou: "Não posso e não devo negar a grande transformação que se operou na minha vida e, conseqüentemente, na minha pintura. Foi decisiva e benéfica esta mudança, transformando radicalmente a maneira como até então eu sentia e interpretava a pintura. Vivia no Rio de Janeiro sempre cercado de dificuldades. Pintava muito, mas não ficava satisfeito. Queria estudar mais, num ambiente propicio; realizar meu sonho de pintor. Estudar para não pintar “de ouvido”. Na música não se pode fazer nada sem primeiro estudar e tocar bem algum instrumento. Na pintura, entretanto, muita gente salta pela janela, pois pela porta não é fácil penetrar. Por incrível que pareça, a tuberculose foi minha melhor amiga. Tirou-me das tabuletas e outras atividades puramente comerciais e deu-me Campos do Jordão, ambiente onde pude realizar o que sempre desejei. Nos primeiros dias não pensava que ainda fosse voltar a pintar. No Sanatório só me preocupava com a saúde. No principio, tratei de adaptar-me à nova vida, “aprender” os nomes técnicos da doença e também a pitoresca gíria inventada pelos doentes. Da galeria de repouso a vista era interceptada por um morro. A vontade de saber o que havia do outro lado foi aumentando. Os dias avam, crescendo a minha inveja dos empregados do Sanatório, quando os avistava galopando sobre as lombadas. Freqüentemente perguntava-lhes: “O que avistam de lá de cima">O uso ou cópia não autorizada de qualquer conteúdo deste site, incluíndo contas de usuários ou produtos oferecidos resultará no cancelamento permanente da conta.